segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pachulia compra o piso dos Bucks



Zaza Pachulia, natural da Geórgia, acalentava o sonho de um dia pode transportar o piso do pavilhão dos Milwaukee Bucks, ou parte dele, para a sua terra natal. "A sério, eu pensava que ia ser mais fácil." disse o poste dos Bucks. Mas não foi.

Há um ano, Zaza teve a ideia de comprar e tentar transportar o piso do Bradley Center, após ter tido conhecimento que este ia ser vendido e trocado. As intenções eram nobres: Transladar o "parquet" de um pavilhão da melhor liga profissional do mundo para a sua terra natal, e assim inspirar os mais jovens praticantes da modalidade do seu país natal.

"Depois de verem aquele piso, e verem algo que era mesmo da NBA, a motivação para um miúdo ia ser enorme." partilhou Zaza.

Pachulia tem noção do impacto que um simples gesto como este pode ter na vida de um miúdo. Há cerca de 15 anos, Zaza estava a treinar com a seleção de Sub-16 quando entrou no pavilhão Vladimir Stephania, o primeiro jogador georgiano a jogar na NBA. Stephania foi ter com Zaza no final do treino e disse-lhe que ele era bom jogador, contudo precisava concentrar-se mais nos movimentos de poste, trabalho de pés e afins.

"Eu nem dormi nessa noite." confessou Pachulia.

Pachulia dedica todos os anos parte do seu tempo das suas férias na organização de clinics em Tiblisi, cidade onde aprendeu a jogar basket. Foi numa dessas idas à pátria que reparou na deterioração do piso dos pavilhões. E foi nessa altura que surgiu a idea de que era capaz de, agora ele, influenciar a nova geração através de um gesto aparentemente simples: trazer o piso dos Milwaukee Bucks.

Quando tudo estava pronto para ser outorgado, Pachulia começou a ouvir rumores de que a equipa ia ser vendida. O Senador e dono dos Bucks Herb Kohl estava à procura de um comprador e o sonho de Pachulia ficava assim em Stand-By. Comprador algum quereria um pavilhão sem piso.


Em Abril, Wesley Edens e Marc Lasry chegaram-se à frente com 500 Milhões de dólares, e passado um mês a liga havia aprovado a compra.

A nova direcção decidiu então manter o piso pelo menos por mais uma época e Pachulia via assim os seus planos gorados. "Eles tinham tanta papelada para tratar, tanta burocracia. A nossa equipa técnica de repente também tinha mudado. Muita coisa aconteceu. Só me restava ser paciente, esperar e ser profissional. O piso não era prioridade.", admitiu o georgiano.

No entretanto Pachulia contactava com as autoridades competentes do seu país e procurava mais do que um candidato para a recepção do novo piso. Eram 267 peças, que depois de desencaixadas iam ser transportadas num contentor, enviado por via marítima para atravessar meio mundo. Literalmente. "Pode custar um bom par de dólares" arriscou Zaza. "E a travessia vai ser feita entre Maio e Junho, quando já não estivermos nos Playoff".

Pachulia confessa que durante o processo recebeu um telefonema de Goran Dragic, jogador dos Phoenix Suns, de nacionalidade eslovena. Ao saber da ideia, Dragic quis fazer o mesmo e quis saber como.

Todo este imbróglio continua a ser um sonho por realizar para o Zaza, embora legalmente o piso já seja dele.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Larga a bola Carmelo



Se perguntarem a Carmelo Anthony que tipo de super estrela ele é na NBA, responder-nos-á: "Sou o mais subvalorizado da liga". Talvez. Particularmente surgem-me outros nomes à cabeça mas ok. Carmelo é sim, um dos jogadores que maior relação amor-ódio cria no seio dos fãs. Tem um potencial ofensivo impar, contudo aliado a uma ineptitude de fazer fluir um ataque organizado.

São os dados da NBA que nos dizem isso. Os New York Knicks foram a equipa que menos fez a bola rodar na temporada passada e com a agravante: 3ª equipa com menos assistências.

O treinador dos Knicks da época passada, Mike Woodson, não se pode emiscuir da responsabilidade destes numeros, ninguém o nega, mas quem asssiste aos jogos do Carmelo Anthony também não estranhará estes dados. O Melo é um ball hogger. Com ele a bola não roda. Jab step, Jab Step, Shoot. Para os mais esquecidos, recordo-vos o jogo na época passada, frente aos Bobcats, onde marcou 62 pontos e ZERO assistências.

"É precisamente nesse aspecto que o Carmelo vai evoluir esta época. A bola não pode parar. A bola tem que estar constantemente a ser movimentada." disse Phil Jackson, o novo Presidente dos Knicks, pouco tempo após ter assumido o cargo.

O Zen Master levou os Chicago Bulls à conquista de 6 títulos, e os Lakers a 5. Celebrizou o sistema táctico do triângulo, com a ajuda de Tex Winter, para muitos o grande impulsionador do sistema.

Derek Fisher - Phil Jackson
Na temporada passada 58% dos cestos marcados foram através de assistências. Ou seja, alguém criou o cesto para outra pessoa. Mas as assistências estão mais presentes nuns jogadores do que noutros, como é óbvio. Por exemplo o Kyle Korver marcou 95% dos seus pontos através de assistência. Ou seja, digamos que o Korver não consegue criar um cesto para ele.

Como paralelismo Chris Paul marcou 22% dos seus cestos através de assistência. Por outras palavras, Chris Paul tende a criar o seu próprio cesto enquanto o Kyle Korver assenta o seu jogo no registo de Recebe-e-lança. Quem conhece os jogadores consegue visualizar os estilos.

As estatísticas referentes aos cestos sem assistências demonstram quais as equipas com melhor jogo de equipa. Facilita-nos também a apurar onde estão os jogadores que mais cestos criam para si próprios. Esse atributo permite distanciar uma super estrela dos jogadores comuns. Um jogador capaz de criar o seu próprio cesto é, em teoria, um jogador mais valioso.

O Top 5 dos jogadores que mais cestos convertem sem assistência

1- Steph Curry
2- Carmelo Anthony
3- Kevin Durant
4- LeBron James
5- John Wall

Os cestos sem assistência são sem dúvida indicadores da dominância ofensiva de um determinado jogador. Mas em termos de basket, essa estatística não nos conta a história toda. As assistências como estatística contam-nos muito mais.

Phil Jackson e Derek Fisher terão que encontrar a dose certa de jogo com e sem assistência para Carmelo Anthony e os Knicks. Ninguém dúvida de Phil Jackson, duvidamos todos sim é de Anthony. Será ele capaz de se adaptar a um triângulo ofensivo como sistema de jogo? Bem, o Kobe e o Jordan conseguiram. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O luxo em receber menos do que mais



O contracto recém assinado por K. J. McDaniels pelos Philadelphia 76ers torna oficial: Terminou o Verão mais estranho da NBA no que a contractos assinados diz respeito. A NBA está cada vez mais técnica, e um contracto assinado pode não ser sinónimo de minutos em campo, tal como um contracto de 4 anos, pode no fundo significar apenas 2, confuso?

Vejamos Josh Huestis, uma promessa que corria o risco de nem ser seleccionado no Draft, conseguiu no entanto que os Oklahoma City Thunder o escolhessem na 29ª posição. Ofereceram-lhe o contracto no valor de 1.5 Milhões de dólares, o qual rejeitou, preferindo em vez disso assinar pela D-League por uns "míseros" 25.000 dólares!

O mais mediático Alonzo Gee, pertenceu a 5 equipas diferentes desde Julho. O seu contrato de 3 Milhões-não-protegidos (Ou seja, a equipa não tem vinculo obrigatório com o jogador) tornaram somente o jogador numa valiosa moeda de troca. Os 3 Milhões-não-protegidos do contracto dizem-nos duas coisas: a equipa em questão não o vê como um jogador/activo. Vê-o sim como 3 Milhões, e esse é um bom valor para moeda de troca num futuro negócio.

Esta semana o tal McDaniels, que foi a 32ª escolha do Draft deste ano, tomou a estranha decisão de recusar um contracto de 4 anos em detrimento de um contrato de 1 ano com 0 dólares protegido (isto é, a equipa não tem obrigatoriedade de o manter e/ou pagar. É dispensável a qualquer momento). Basicamente, trocou o certo pelo incerto.

Eu sei que este assunto não é tão atractivo como o basquetebol jogado, afundanços e etc, mas esta é a NBA dos tempos que correm onde os jogadores são Bens das equipas, e Moedas de Troca, e o simples facto de estarem nas fileiras de uma ou outra equipa não significa que contem para as contas... pelo menos para as do treinador, porque o General Manager tem outras contas em perspectiva.

Sam Hinkie - Sixers GM
Os Sixers ofereceram um contracto de 4 anos ao K. J. McDaniels. Por sinal, é o máximo possível pelas regras da NBA a um rookie escolhido na 2ª ronda do Draft. Nos primeiros 2 anos ele tinha garantido um salário acima do nível mínimo que pode ser oferecido a um rookie. E nos últimos 2 anos não garantiam qualquer tipo de valor. Ou seja, podiam continuar vinculados ou não.

Este contracto faz-vos lembrar o de alguém? Faz! O do Chandler Parsons, ao serviço dos Houston Rockets, era exactamente igual. E o tiro saiu pela culatra à equipa texana. Como não havia qualquer obrigatoriedade nos últimos 2 anos, Parsons, saiu, livre, para os Dallas. E os Rockets a chuchar no dedo.

Parece absurdo mas nem é tanto assim. As equipas oferecem este tipo de contractos nos dias que correm para não sobrecarregar o tecto salarial (Cap Space) das mesmas. O contracto oferecido a Parsons por apenas 2 anos, logo por valores inferiores caso tivesse sido um contracto de 4 anos totalmente com vinculo obrigatório, não permitiria aos Rockets terem por exemplo Jeremy Lin, Dwight Howard e Harden na mesma equipa. É uma ginástica salarial à qual todos se têm que se adaptar.

Mas os Sixers e os Rockets têm mais em comum do que este contracto. O homem que o assinou ambos é o mesmo: Sam Hinkie. Era o General Manager dos Rockets aquando da chegada de Parsons à liga, e é o GM dos Sixers, agora que recebem o McDaniels.

Então mas mesmo depois de se ter apercebido que cometeu um o erro com o Chandler Parsons está neste momento a fazer o mesmo? perguntam vocês. A diferença é que numa equipa como os Rockets que querem ser campeões no imediato, não fazia sentido. Para os Sixers que querem ganhar a médio-longo prazo, pode até fazer.

Hinkie exerceu este contrato de possível-moeda-de-troca-no-futuro (chamemos-lhe assim) actualmente com Hollis Thompson, Elliot Williams, Jarvis Varnardo, Brandon Davies e Casper Ware. Caso um destes se venha a tornar num Chandler Parsons, ou seja, se algum se tornar num "craque" em dois anos, os Sixers têm uma boa moeda de troca para aliciar um jogador influente/experiente/etc para juntar ao jovem e talentoso plantel que têm. Isto tudo daqui a 2 ou 3 anos!

Os Pilhadelphia 76ers são a equipa com maior "espaço" no tecto salarial. Cerca de 50 Milhões por preencher. Isto não quer dizer que tenham dinheiro para gastar, têm isso sim, espaço no plantel para integrar um atleta que receba bons milhões, a saber: um Kobe, LeBron, Harden, Durant. Mas os Sixers estão a levar o Tanking (prática de supostamente deixarem-se afundar na tabela classificativa) ao extremo.

Há alguns casos semelhantes aos do McDaniels no passado. O jogador Carl Landry fez o mesmo também em Houston, e também com o Sam Hinkie como GM. Esteve um ano com um contracto mínimo, e assim ocupando pouco Tecto Salarial na equipa, e no final do ano de rookie, renovou por 3 anos/9 Milhões. Lavoy Allen, fez o mesmo nos Sixers. Contracto de 1 ano em 2011, e depois de uma boa exibição nos Playoff, os Sixers renovaram por 2 anos/6 Milhões.

Numa escala completamente diferente, LeBron James acabou de assinar pelos Cleveland Cavaliers por apenas duas épocas. E soou o alarme para o facto de que LeBron ao ter assinado por apenas 2 temporadas pode não estar totalmente de cabeça nos Cavs. E no fundo é só uma Win-Win situation. O LeBron sabe que vai ficar, e deve ter dado a palavra de que fica, mas ao assinar por só 2 anos, liberta Tecto salarial para a chegada de outros jogadores, igualmente bem pagos. Kevin Love, Shawn Marion, Kyrie Irving (este último antevendo renovação).

Os anos nos dirão se os Sixers foram prudentes, até lá vamos tentando ler as implicações das negociações na teia da NBA; quem beneficia e quem perde, neste constante assina não-assina por um ano ou por quatro! 
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