Zaza Pachulia, natural da Geórgia, acalentava o sonho de um dia pode transportar o piso do pavilhão dos Milwaukee Bucks, ou parte dele, para a sua terra natal. "A sério, eu pensava que ia ser mais fácil." disse o poste dos Bucks. Mas não foi.
Há um ano, Zaza teve a ideia de comprar e tentar transportar o piso do Bradley Center, após ter tido conhecimento que este ia ser vendido e trocado. As intenções eram nobres: Transladar o "parquet" de um pavilhão da melhor liga profissional do mundo para a sua terra natal, e assim inspirar os mais jovens praticantes da modalidade do seu país natal.
"Depois de verem aquele piso, e verem algo que era mesmo da NBA, a motivação para um miúdo ia ser enorme." partilhou Zaza.
Pachulia tem noção do impacto que um simples gesto como este pode ter na vida de um miúdo. Há cerca de 15 anos, Zaza estava a treinar com a seleção de Sub-16 quando entrou no pavilhão Vladimir Stephania, o primeiro jogador georgiano a jogar na NBA. Stephania foi ter com Zaza no final do treino e disse-lhe que ele era bom jogador, contudo precisava concentrar-se mais nos movimentos de poste, trabalho de pés e afins.
"Eu nem dormi nessa noite." confessou Pachulia.
Pachulia dedica todos os anos parte do seu tempo das suas férias na organização de clinics em Tiblisi, cidade onde aprendeu a jogar basket. Foi numa dessas idas à pátria que reparou na deterioração do piso dos pavilhões. E foi nessa altura que surgiu a idea de que era capaz de, agora ele, influenciar a nova geração através de um gesto aparentemente simples: trazer o piso dos Milwaukee Bucks.
Quando tudo estava pronto para ser outorgado, Pachulia começou a ouvir rumores de que a equipa ia ser vendida. O Senador e dono dos Bucks Herb Kohl estava à procura de um comprador e o sonho de Pachulia ficava assim em Stand-By. Comprador algum quereria um pavilhão sem piso.
Em Abril, Wesley Edens e Marc Lasry chegaram-se à frente com 500 Milhões de dólares, e passado um mês a liga havia aprovado a compra.
A nova direcção decidiu então manter o piso pelo menos por mais uma época e Pachulia via assim os seus planos gorados. "Eles tinham tanta papelada para tratar, tanta burocracia. A nossa equipa técnica de repente também tinha mudado. Muita coisa aconteceu. Só me restava ser paciente, esperar e ser profissional. O piso não era prioridade.", admitiu o georgiano.
No entretanto Pachulia contactava com as autoridades competentes do seu país e procurava mais do que um candidato para a recepção do novo piso. Eram 267 peças, que depois de desencaixadas iam ser transportadas num contentor, enviado por via marítima para atravessar meio mundo. Literalmente. "Pode custar um bom par de dólares" arriscou Zaza. "E a travessia vai ser feita entre Maio e Junho, quando já não estivermos nos Playoff".
Pachulia confessa que durante o processo recebeu um telefonema de Goran Dragic, jogador dos Phoenix Suns, de nacionalidade eslovena. Ao saber da ideia, Dragic quis fazer o mesmo e quis saber como.
Todo este imbróglio continua a ser um sonho por realizar para o Zaza, embora legalmente o piso já seja dele.