segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pachulia compra o piso dos Bucks



Zaza Pachulia, natural da Geórgia, acalentava o sonho de um dia pode transportar o piso do pavilhão dos Milwaukee Bucks, ou parte dele, para a sua terra natal. "A sério, eu pensava que ia ser mais fácil." disse o poste dos Bucks. Mas não foi.

Há um ano, Zaza teve a ideia de comprar e tentar transportar o piso do Bradley Center, após ter tido conhecimento que este ia ser vendido e trocado. As intenções eram nobres: Transladar o "parquet" de um pavilhão da melhor liga profissional do mundo para a sua terra natal, e assim inspirar os mais jovens praticantes da modalidade do seu país natal.

"Depois de verem aquele piso, e verem algo que era mesmo da NBA, a motivação para um miúdo ia ser enorme." partilhou Zaza.

Pachulia tem noção do impacto que um simples gesto como este pode ter na vida de um miúdo. Há cerca de 15 anos, Zaza estava a treinar com a seleção de Sub-16 quando entrou no pavilhão Vladimir Stephania, o primeiro jogador georgiano a jogar na NBA. Stephania foi ter com Zaza no final do treino e disse-lhe que ele era bom jogador, contudo precisava concentrar-se mais nos movimentos de poste, trabalho de pés e afins.

"Eu nem dormi nessa noite." confessou Pachulia.

Pachulia dedica todos os anos parte do seu tempo das suas férias na organização de clinics em Tiblisi, cidade onde aprendeu a jogar basket. Foi numa dessas idas à pátria que reparou na deterioração do piso dos pavilhões. E foi nessa altura que surgiu a idea de que era capaz de, agora ele, influenciar a nova geração através de um gesto aparentemente simples: trazer o piso dos Milwaukee Bucks.

Quando tudo estava pronto para ser outorgado, Pachulia começou a ouvir rumores de que a equipa ia ser vendida. O Senador e dono dos Bucks Herb Kohl estava à procura de um comprador e o sonho de Pachulia ficava assim em Stand-By. Comprador algum quereria um pavilhão sem piso.


Em Abril, Wesley Edens e Marc Lasry chegaram-se à frente com 500 Milhões de dólares, e passado um mês a liga havia aprovado a compra.

A nova direcção decidiu então manter o piso pelo menos por mais uma época e Pachulia via assim os seus planos gorados. "Eles tinham tanta papelada para tratar, tanta burocracia. A nossa equipa técnica de repente também tinha mudado. Muita coisa aconteceu. Só me restava ser paciente, esperar e ser profissional. O piso não era prioridade.", admitiu o georgiano.

No entretanto Pachulia contactava com as autoridades competentes do seu país e procurava mais do que um candidato para a recepção do novo piso. Eram 267 peças, que depois de desencaixadas iam ser transportadas num contentor, enviado por via marítima para atravessar meio mundo. Literalmente. "Pode custar um bom par de dólares" arriscou Zaza. "E a travessia vai ser feita entre Maio e Junho, quando já não estivermos nos Playoff".

Pachulia confessa que durante o processo recebeu um telefonema de Goran Dragic, jogador dos Phoenix Suns, de nacionalidade eslovena. Ao saber da ideia, Dragic quis fazer o mesmo e quis saber como.

Todo este imbróglio continua a ser um sonho por realizar para o Zaza, embora legalmente o piso já seja dele.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Larga a bola Carmelo



Se perguntarem a Carmelo Anthony que tipo de super estrela ele é na NBA, responder-nos-á: "Sou o mais subvalorizado da liga". Talvez. Particularmente surgem-me outros nomes à cabeça mas ok. Carmelo é sim, um dos jogadores que maior relação amor-ódio cria no seio dos fãs. Tem um potencial ofensivo impar, contudo aliado a uma ineptitude de fazer fluir um ataque organizado.

São os dados da NBA que nos dizem isso. Os New York Knicks foram a equipa que menos fez a bola rodar na temporada passada e com a agravante: 3ª equipa com menos assistências.

O treinador dos Knicks da época passada, Mike Woodson, não se pode emiscuir da responsabilidade destes numeros, ninguém o nega, mas quem asssiste aos jogos do Carmelo Anthony também não estranhará estes dados. O Melo é um ball hogger. Com ele a bola não roda. Jab step, Jab Step, Shoot. Para os mais esquecidos, recordo-vos o jogo na época passada, frente aos Bobcats, onde marcou 62 pontos e ZERO assistências.

"É precisamente nesse aspecto que o Carmelo vai evoluir esta época. A bola não pode parar. A bola tem que estar constantemente a ser movimentada." disse Phil Jackson, o novo Presidente dos Knicks, pouco tempo após ter assumido o cargo.

O Zen Master levou os Chicago Bulls à conquista de 6 títulos, e os Lakers a 5. Celebrizou o sistema táctico do triângulo, com a ajuda de Tex Winter, para muitos o grande impulsionador do sistema.

Derek Fisher - Phil Jackson
Na temporada passada 58% dos cestos marcados foram através de assistências. Ou seja, alguém criou o cesto para outra pessoa. Mas as assistências estão mais presentes nuns jogadores do que noutros, como é óbvio. Por exemplo o Kyle Korver marcou 95% dos seus pontos através de assistência. Ou seja, digamos que o Korver não consegue criar um cesto para ele.

Como paralelismo Chris Paul marcou 22% dos seus cestos através de assistência. Por outras palavras, Chris Paul tende a criar o seu próprio cesto enquanto o Kyle Korver assenta o seu jogo no registo de Recebe-e-lança. Quem conhece os jogadores consegue visualizar os estilos.

As estatísticas referentes aos cestos sem assistências demonstram quais as equipas com melhor jogo de equipa. Facilita-nos também a apurar onde estão os jogadores que mais cestos criam para si próprios. Esse atributo permite distanciar uma super estrela dos jogadores comuns. Um jogador capaz de criar o seu próprio cesto é, em teoria, um jogador mais valioso.

O Top 5 dos jogadores que mais cestos convertem sem assistência

1- Steph Curry
2- Carmelo Anthony
3- Kevin Durant
4- LeBron James
5- John Wall

Os cestos sem assistência são sem dúvida indicadores da dominância ofensiva de um determinado jogador. Mas em termos de basket, essa estatística não nos conta a história toda. As assistências como estatística contam-nos muito mais.

Phil Jackson e Derek Fisher terão que encontrar a dose certa de jogo com e sem assistência para Carmelo Anthony e os Knicks. Ninguém dúvida de Phil Jackson, duvidamos todos sim é de Anthony. Será ele capaz de se adaptar a um triângulo ofensivo como sistema de jogo? Bem, o Kobe e o Jordan conseguiram. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O luxo em receber menos do que mais



O contracto recém assinado por K. J. McDaniels pelos Philadelphia 76ers torna oficial: Terminou o Verão mais estranho da NBA no que a contractos assinados diz respeito. A NBA está cada vez mais técnica, e um contracto assinado pode não ser sinónimo de minutos em campo, tal como um contracto de 4 anos, pode no fundo significar apenas 2, confuso?

Vejamos Josh Huestis, uma promessa que corria o risco de nem ser seleccionado no Draft, conseguiu no entanto que os Oklahoma City Thunder o escolhessem na 29ª posição. Ofereceram-lhe o contracto no valor de 1.5 Milhões de dólares, o qual rejeitou, preferindo em vez disso assinar pela D-League por uns "míseros" 25.000 dólares!

O mais mediático Alonzo Gee, pertenceu a 5 equipas diferentes desde Julho. O seu contrato de 3 Milhões-não-protegidos (Ou seja, a equipa não tem vinculo obrigatório com o jogador) tornaram somente o jogador numa valiosa moeda de troca. Os 3 Milhões-não-protegidos do contracto dizem-nos duas coisas: a equipa em questão não o vê como um jogador/activo. Vê-o sim como 3 Milhões, e esse é um bom valor para moeda de troca num futuro negócio.

Esta semana o tal McDaniels, que foi a 32ª escolha do Draft deste ano, tomou a estranha decisão de recusar um contracto de 4 anos em detrimento de um contrato de 1 ano com 0 dólares protegido (isto é, a equipa não tem obrigatoriedade de o manter e/ou pagar. É dispensável a qualquer momento). Basicamente, trocou o certo pelo incerto.

Eu sei que este assunto não é tão atractivo como o basquetebol jogado, afundanços e etc, mas esta é a NBA dos tempos que correm onde os jogadores são Bens das equipas, e Moedas de Troca, e o simples facto de estarem nas fileiras de uma ou outra equipa não significa que contem para as contas... pelo menos para as do treinador, porque o General Manager tem outras contas em perspectiva.

Sam Hinkie - Sixers GM
Os Sixers ofereceram um contracto de 4 anos ao K. J. McDaniels. Por sinal, é o máximo possível pelas regras da NBA a um rookie escolhido na 2ª ronda do Draft. Nos primeiros 2 anos ele tinha garantido um salário acima do nível mínimo que pode ser oferecido a um rookie. E nos últimos 2 anos não garantiam qualquer tipo de valor. Ou seja, podiam continuar vinculados ou não.

Este contracto faz-vos lembrar o de alguém? Faz! O do Chandler Parsons, ao serviço dos Houston Rockets, era exactamente igual. E o tiro saiu pela culatra à equipa texana. Como não havia qualquer obrigatoriedade nos últimos 2 anos, Parsons, saiu, livre, para os Dallas. E os Rockets a chuchar no dedo.

Parece absurdo mas nem é tanto assim. As equipas oferecem este tipo de contractos nos dias que correm para não sobrecarregar o tecto salarial (Cap Space) das mesmas. O contracto oferecido a Parsons por apenas 2 anos, logo por valores inferiores caso tivesse sido um contracto de 4 anos totalmente com vinculo obrigatório, não permitiria aos Rockets terem por exemplo Jeremy Lin, Dwight Howard e Harden na mesma equipa. É uma ginástica salarial à qual todos se têm que se adaptar.

Mas os Sixers e os Rockets têm mais em comum do que este contracto. O homem que o assinou ambos é o mesmo: Sam Hinkie. Era o General Manager dos Rockets aquando da chegada de Parsons à liga, e é o GM dos Sixers, agora que recebem o McDaniels.

Então mas mesmo depois de se ter apercebido que cometeu um o erro com o Chandler Parsons está neste momento a fazer o mesmo? perguntam vocês. A diferença é que numa equipa como os Rockets que querem ser campeões no imediato, não fazia sentido. Para os Sixers que querem ganhar a médio-longo prazo, pode até fazer.

Hinkie exerceu este contrato de possível-moeda-de-troca-no-futuro (chamemos-lhe assim) actualmente com Hollis Thompson, Elliot Williams, Jarvis Varnardo, Brandon Davies e Casper Ware. Caso um destes se venha a tornar num Chandler Parsons, ou seja, se algum se tornar num "craque" em dois anos, os Sixers têm uma boa moeda de troca para aliciar um jogador influente/experiente/etc para juntar ao jovem e talentoso plantel que têm. Isto tudo daqui a 2 ou 3 anos!

Os Pilhadelphia 76ers são a equipa com maior "espaço" no tecto salarial. Cerca de 50 Milhões por preencher. Isto não quer dizer que tenham dinheiro para gastar, têm isso sim, espaço no plantel para integrar um atleta que receba bons milhões, a saber: um Kobe, LeBron, Harden, Durant. Mas os Sixers estão a levar o Tanking (prática de supostamente deixarem-se afundar na tabela classificativa) ao extremo.

Há alguns casos semelhantes aos do McDaniels no passado. O jogador Carl Landry fez o mesmo também em Houston, e também com o Sam Hinkie como GM. Esteve um ano com um contracto mínimo, e assim ocupando pouco Tecto Salarial na equipa, e no final do ano de rookie, renovou por 3 anos/9 Milhões. Lavoy Allen, fez o mesmo nos Sixers. Contracto de 1 ano em 2011, e depois de uma boa exibição nos Playoff, os Sixers renovaram por 2 anos/6 Milhões.

Numa escala completamente diferente, LeBron James acabou de assinar pelos Cleveland Cavaliers por apenas duas épocas. E soou o alarme para o facto de que LeBron ao ter assinado por apenas 2 temporadas pode não estar totalmente de cabeça nos Cavs. E no fundo é só uma Win-Win situation. O LeBron sabe que vai ficar, e deve ter dado a palavra de que fica, mas ao assinar por só 2 anos, liberta Tecto salarial para a chegada de outros jogadores, igualmente bem pagos. Kevin Love, Shawn Marion, Kyrie Irving (este último antevendo renovação).

Os anos nos dirão se os Sixers foram prudentes, até lá vamos tentando ler as implicações das negociações na teia da NBA; quem beneficia e quem perde, neste constante assina não-assina por um ano ou por quatro! 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Quem fica de fora do Campeonato do Mundo



Os holofotes da NBA estão desligados e o foco do basket mundial está centrado no Campeonato do Mundo a realizar-se em Espanha na primeira quinzena de Setembro. No entanto, no que diz respeito aos melhores jogadores do mundo, a competição vai estar ligeiramente desfalcada.

Grande parte dos jogadores que jogam na NBA disse não à presença no campeonato do mundo. Por este motivo ou por outro, grandes selecções mundiais seguem marcha para apurar quem é a melhor do Mundo privadas das melhores armas.

Jogadores da NBA ausentes do Campeonato do Mundo:

Argentina - Manu Ginobili (Spurs) e Carlos Delfino (Bucks)
Australia - Andrew Bogut (Warriors) e Patty Mills (Spurs)
Brasil - Bruno Caboclo (Raptors), Victor Faverani (Boston), Lucas Nogueira (Raptors)
Republica Dominicana - Al Horford (Hawks), Charlie Villanueva (Pistons)
França - Alexis Ajinca (Pelicans), Joakim Noah (Bulls), Tony Parker (Spurs), Kevin Seraphin (Wizards), Ronny Turiaf (Wolves)
Grécia - Kostas Koufos (Grizzlies)
Nova Zelândia - Steve Adams (Thunder)
Porto Rico - Maurice Harkless (Magic), Ricky Ledo (Mavericks), Shabazz Napier (Heat)
Servia - Ognjen Kuzmic (Warriors), Nemanja Nedovic (Warrirors)
Eslovénia - Beno Udrih (Grizzlies)
Turquia - Ersan Ilyasova (Bucks), Enes Kanter (Jazz), Hedo Turkoglu (Clippers)
EUA - Carmelo Anthony (Knicks), LaMarcus Aldridge (Blazzers), Blake Griffin (Clippers), LeBron James (Cavaliers), Chris Paul (Clippers), Kevin Durant (Thunder), Kevin Love (Wolves), Russell Westbrook (Thunder), Deron Williams (Nets), etc

Não podem ir todos, é óbvio. E alguns estão mesmo lesionados. Mas se todos os jogadores que integram esta lista fossem o basket e o campeonato do mundo seria diferente para melhor.

Há no entanto excepções. Por exemplo o México vai levar ambos jogadores que jogam na NBA: Gustavo Ayon (Hawks) e Jorge Gutierrez (Nets).

A Lituânia também vai levar os dois jogadores que jogam na NBA: Donatas Motiejunas (Rockets) e Jonas Valanciunas (Raptors).

O Senegal leva Gorgui Dieng (Wolves). A Espanha vai com a força toda e leva os irmãos Gasol (Grizzlies, e Bulls), Serge Ibaka (Thunder), Ricky Rubio (Wolves), Jose Calderon (Knicks), Victor Claver (Blazzers).

A Croácia leva Bojan Bogdanovic (Nets) e Damjan Rudez (Pacers), e a Finlândia Erik Murphy (Cavaliers).

Jogadores à parte, os Estados Unidos partem no lugar de favorito e qualquer regresso que não contemple o primeiro lugar na competição será uma desilusão. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Estados Unidos cilindram Rep. Dominicana



A equipa norte-americana defrontou a selecção da Republica Dominicana esta madrugada e o resultado foi o esperado. Uma avalanche de pontos marcados, alley-oops para todos os gostos e Derrick Rose de fora por precaução.

Depois de terem batido o Brasil, os Estados Unidos venceram desta feita a Rep. Dominicana por uns expressivos 105-62, nesta fase de preparação para o Campeonato do Mundo que vai ter inicio do final do corrente mês. Desfalcada de Al Harford e tendo como nome maior Francisco Garcia, os dominicanos simplesmente são doutro campeonato.

Se o objectivo do treinador Coach K era dissipar dúvidas em relação a quais jogadores vai eliminar da equipa, então a coisa não correu muito bem. Os Estados Unidos têm actualmente 16 jogadores, sendo que 4 terão forçosamente que ficar em terra, visto só poderem seguir 12 para Espanha.

Não houve um nome que se destacasse na folha de jogo. James Harden afirmou esta semana em entrevista que se considera o melhor jogador da actualidade, e para prova deixou-nos 12 pontos, 4 assistências e 3 roubos em apenas 16 minutos em campo. Entendam que de Harden podemos esperar bola na mão, bola no cesto.

Anthony Davis não demorou muito a mostrar que os dias de mascote sentado no fundo do banco da selecção Olímpica de 2012 já vão longe. Ele é talvez o grande nome em expansão desta equipa. 7 pontos, 5 ressaltos, 2 desarmes, 1 roubo em 16 minutos.

Os Splash Brothers, Steph Curry e Klay Thompson, deixam bem claro que passando a linha do meio campo é legitimo atirar ao cesto, e com elevada taxa de sucesso. Estes não só lançam como marcam. 19 pontos combinados, 4 de 8 de lançamentos de triplo. Afastem a linha de triplo, começa a ser muito fácil, especialmente para Curry.

DeMar DeRozan passou de não-opção no jogo de sábado frente ao Brasil a melhor marcador da partida frente à Rep. Dominicana. 13 pontos, em 6 em 9 de lançamentos, 6 assistências, 5 ressaltos em 23 minutos. Como disse, a tarefa de eliminar alguém desta equipa não está fácil.

Demarcus "Boggie" Cousins aplicou a mesma receita de DeRozan e depois de ter ficado sentado no jogo de sábado, este por precaução fisica, Máximo de ressaltos para Cousins com 8 em 16 minutos de jogo.

O outro big man, Andre Drummon, não quis ficar na sombra de Cousins e anotou 12 pontos e conquistou 4 ressaltos em 16 minutos em campo também.

A equipa americana não baixou intensidade tendo roubado 10 bolas e forçado 19 turnovers à Rep. Dominicana dos quais ressultaram em 23 pontos para os EUA. Os 62 pontos marcados pela equipa das Caraíbas provieram duma baixa eficácia de 32%.

Derric Rose acabou por ser uma das histórias da noite. O base dos Bulls não participou nos últimos dois treinos antes do jogo por se ter ressentido da lesão, e por ter sentido algum desconforto no joelho. Motivo que o levou a ficar de fora do encontro. Kyrie Irving aproveitou a vaga a titular na posição de base marcando 12 pontos, eficácia perfeita não falhando nenhum dos 5 lançamentos tentados, assistiu ainda 5 vezes e ganhou 4 ressaltos.

"Eu só faço o que a equipa precisar que eu faça." disse o Uncle Drew no final da partida. "Se for preciso pressionar ao longo do campo todo, é isso que vou fazer. É o sacrifício que preciso fazer para me tornar especial nesta equipa."

O próximo jogo é amanha, sexta feira dia 22, frente à seleção do Porto Rico, e com Derrick Rose já de volta à acção de acordo com o treinador dos EUA.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Europeu mais bem pago de sempre











Não tem havido escassez de europeus nos últimos 15 anos de Draft da NBA mas é, surpreendentemente, uma escolha 23 o que acabará por ser o mais bem pago. O montenegrino Nikola Mirotic vai ser o rookie europeu mais bem pago de sempre.

O futuro jogador dos Chicago Bulls é o rookie europeu com o melhor primeiro contracto da NBA. O facto de ter sido escolhido apenas na 23ª do Draft não fazia antever uma folha salarial tão elevada. Lembramos que o italiano Andrea Bargnani draftado pelos  Toronto na 1ª posição em 2006 ficou-se pelos 4.5 Milhões.

Mirotic vai receber 16 Milhões por 3 anos, o que equivale a 5.3 Milhões por época, tornando o jogador do Velho Continente mais bem pago de sempre na época de estreia. Mirotic terá ainda que pagar uma compensação de 3 Milhões ao Real Madrid.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Reverendo Dooling



O já retirado da NBA como jogador, Keyon Dooling decidiu publicar um livro intitulado "What's Driving You???". Através do excerto tonado público conseguimos ter acesso à perspectiva do jogador, principalmente enquanto jogador dos Celtics, contratado para ser tutor de Rajon Rondo.

Dooling entrou na NBA ao serviço dos Los Angeles Clippers em 2000, passou pelos Heat, Magic, Nets, Bucks e Celtics. Retirou-se, aceitou um cargo de treinador em Boston, mas os joelhos ainda podiam e por isso regressou para jogar mais uma época nos Memphis Grizzlies. E depois sim, retirou-se.

O ponto alto da carreira foi o tempo que passou em Boston. Tal como descreve no livro, Dooling aterrou nos Celtics de Kevin Garnett, Ray Allen, Paul Pierce e Rajon Rondo. Este último havia sido All-Star pela primeira vez na época anterior, e Dooling havia sido contratado para suplente do base. A missão de Dooling fora de campo era ser mentor de Rondo. Foram colocados lado a lado no balneário propositadamente inclusive. Os Celtics não deixavam nada em mãos alheias.

"Eu tinha ouvido tantas histórias sobre o quão difícil era trabalhar com ele [Rondo] e que era difícil falar com ele e assim.", diz Dooling. "Eu nem sabia o que esperar. Ele tinha reputação de ser distante, super esperto, e super emocional - mas, tenho que vos dizer, estas são as características dos grandes homens. Muitos grandes homens odiavam autoridade e odiavam o sistema porque eram apaixonados pelas suas próprias crenças, porque eles anteviam um melhor caminho."

Além de ter caído de para-quedas numa super equipa, Keyon Dooling caiu nas boas graças de Doc Rivers, o treinador. E Dooling precisava de Doc como de pão para a boca. A relação entre ambos foi uma das razões do sucesso dos Boston. Doc sabia que os jogadores não o queriam ouvir a toda a hora. Jogadores experientes como Garnett, Pierce ou Allen, levavam uma década de liga, é desgastante ter um treinador chico-esperto a dizer-lhes a cada minuto o que devem fazer. Rivers sabia isso e para não saturar a imagem usava Dooling. Dooling sabia disso e abraçou o papel.

"Tudo começou a meio da época." confessou Dooling. "Ele [Doc Rivers] começou: Keyon! O Rondo não está connosco esta noite, preciso que o acordes.", ou então, "A cabeça do Paul [Pierce] não está no lugar hoje. Muda-me isso.", ou "Diz ao Kevin para ir lá para baixo, nós precisamos que ele comece a marcar." Ele dizia-me estas coisas e afastava-se. E eu não tinha escolha. Tinha que ir falar com estes futuros Hall of Famers."

"Fui incumbido da responsabilidade de dizer a estes tipos o que tinham de fazer e não sei bem como, mas as coisas funcionavam. Ele [Doc Rivers] sabia que eles não queriam ouvir a voz dele o tempo todo, eu já tinha alguma experiência e alguma capacidade de liderança que me tornava alguém a quem eles fossem ouvir."

Flexin Them
Hoje em dia vemos as pessoas da bancada dos Celtics a fazerem o Flexin e ninguém sabe muito bem de onde veio aquilo. Os tempos dos Celtics são outros hoje em dia, mas tudo começou com Keyon Dooling. "Eu e o Marquis Daniels começamos a fazer uma palhaçada com mãos-acima-mãos-abaixo. Festejamos assim e era uma maneira do banco mostrar aos do campo que estávamos com eles. Mas não era nada de mais. Era só uma coisa que fazíamos. Uma vez no regresso dum jogo, estávamos a ver o video do jogo e o alguém reparou naquilo. "O que é aquilo que estavas a fazer?" e eu respondi: "Sei lá. Estou só a fazer Flexin para eles." e aquilo ficou. Quando demos conta as bancadas já o faziam."




O Reverendo

"Jogo 5 das Meias-Finais da Conferência de Este, estavamos a jogar contra os Pihladelphia 76ers." conta-nos Dooling. "Series empatadas 2-2. Perdíamos ao intervalo por 50-47. O balneário estava em baixo e eu via que olhavam para mim à espera que dissesse algo. E então eu disse."

"Eu preciso de vocês esta noite." começava o discurso do Reverendo Dooling. "Tudo o que tiverem, eu preciso. Ouçam, nós temos um trabalho para fazer. Se o vosso trabalho é estar no banco a apoiar então eu preciso que apoiem. Se o vosso trabalho é defender, então porra, defendam! Se o vosso trabalho é ganhar ressaltos, é bom que comecem a ganhá-los. Eu preciso de vocês! Eu estou convosco. Eu estou metido nisto até à última. Eu corro de cabeça contra uma parede por vossa causa se for preciso. Eu não quero saber de mais nada a não ser esta equipa."

O jogo acabou 101-85, e no final Brandon Bass, colega de quipa de Dooling nos Celtics, deu uma entrevista onde confessou que o segredo para uma vitória tão dilatada foi o sermão do Reverendo Dooling ao intervalo. E assim ficou.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dieta dos Paleo Quilos



Um Verão inteiro a comer fastfood e a descurar uma alimentação regrada já foi o cenário idílico dos atletas de alta competição que integraram a NBA. Há nomes que nos assaltam a memória em segundos, e nomes com vários quilos: Oliver Miller? Shawn Kemp?

LeBron e Carmelo publicaram nos últimos tempos fotos onde é possível ver-mos que ambos perderam peso nesta pré-época. Não estou a falar dum quilo ou dois, mas de peso considerável. Arriscaria dizer aliás que Carmelo Anthony está na sua melhor forma física, pelo menos aparenta.

Dieta Paleo - É o nome deste segredo por detrás das fotos que depois de ter chamado à atenção de toda gente com LeBron e Melo, começa também a ganhar adeptos em Steven Adams, James McAdoo e Metta World Peace, entre outros.

A Dieta Paleo é baixa em carboidratos e sem açúcar. Basicamente, resume-se numa alimentação semelhante à dos nossos antepassados que viviam no paleolítico - carne, frutas, vegetais, nozes, e tudo o que pudessem encontrar vindo da terra.

Todos nós sabemos que tudo o que LeBron James faz ganha uma projecção acima da média. Ele é o melhor General Manager da NBA. Depois de anos de convívio com Ray Allen, LeBron James decidiu juntar-se à Dieta Paleo. E a questão para converter qualquer atleta é muito simples: se tivesses um carro de Formula 1 atestavas com a gasolina mais barata, com misturas e etc? ou atestavas com a Premium melhor do mercado? A comida para um atleta de alta competição funciona da mesma maneira, e a partir do momento em que LeBron assimilou esta ideia, passou de suspeito a convencido.

O treinador e campeão Olimpico de Triatlo, Joel Friel aconselha e incentiva os seus atletas olímpicos a seguirem a Dieta Paleo. "Tem uma vantagem enorme na resistência dos atletas devido à redução do excesso de peso que carregas, logo tornas-te mais rápido."

No entanto Blair O'donnovan represante da Nike Stornger Team and the Head Strengh & Conditioning destaca os malefícios desta dieta. "O LeBron não tem mais do que entre 5 a 7% de gordura no corpo portanto ele não tem massa gorda para perder. E para um jogador que deu um ênfase tão grande ao facto de querer ser dominante a poste baixo, eu acho que a perda de peso só o vai prejudicar a longo prazo."

Ainda O'donnovan, "Esta dieta pode tornar o nosso sistema imunitário mais débil, pode afectar a nossa digestão e os nossos níveis de energia, e isto tudo pode resultar num fraco desempenho em campo."

Posto isto, O'donnovan ressalva que a dieta faz o atleta, e se pensarmos em termos práticos quem tinha mais talento Steve Francis ou Derek Fisher? Acho que a resposta será unânime, mas quem teve uma carreira melhor e mais duradoura? Esta também será unânime. Os maus hábitos de Francis ditam a unanimidade desta última resposta.

O campeão da NBA pelos San Antonio Spurs, Aaron Baynes, é um dos adeptos da Dieta Paleo, "Alterar a minha dieta foi a melhor coisa que fiz para melhor o meu desempenho em campo nos últimos 4 anos."

O aspecto positivo desta onda em torno da dieta do Carmelo e do LeBron é o afastamento da ideia de desleixo e de descontracção que os atletas da NBA transmitiam durante a off-season. Tivesse esta moda chegado mais cedo e os tempos de Vin Baker, Robert Traylor, ou até mesmo Baron Davis tinham sido mais elegantes!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Brooklyn Nets são mais russos do que se esperava


Para além da Crimea os russos estão a conquistar os Brooklyn Nets. Há uma brigada russa que se alastra a todos os sectores dos Nets. Desde a direcção, passando por jogadores e como consequência, os adeptos.

O dono maioritário dos Brooklyn Nets é como todos sabemos Mikhail Prokhorov. O braço direito de Prokhorov, e também ele parte integrante da direcção é Dimitry Razumov. Depois temos Sergey Kushchenko, também ele director dos Nets nas últimas 3 épocas, e agora presidente da VTB basketball league da Russia. Uma das primeiras sugestões de Kushchenko após ter assumido a presidência da liga foi sobre a possível ida dos Brooklyn Nets até à Rússia. Não se sabe a resposta dos Nets, sabe-se que criaram uma versão russa do seu site nos meses seguintes: http://www.nba.com/nets/russian !!!

Em campo para fazer companhia ao conhecido Andrei Kirilenko os Nets contrataram Sergey Karasev. Karasev é o jogador mais novo da equipa russa que conquistou o bronze Olímpico há 2 anos. E assim, pela primeira vez, os Nets têm nas suas fileiras dois jogadores russos na mesma época.

É sobejamente conhecida a presença de uma grande comunidade russa em Brooklyn. Emigrantes de segundas e terceiras gerações aliás. Estará esta comunidade convencida e decidida a apoiar a equipa mais russa da NBA?
Vladimir Putin / Mikhail Prokhorov

Era notório para os adeptos que regularmente se deslocam ao Barclays Center para assistir aos jogos que cada vez mais se fala russo entre os adeptos. Era um dado adquirido que em meia hora de espera na fila de entrada para o pavilhão se iria ouvir falar russo. Os Nets decidiram ir mais longe e levaram a cabo um estudo para apurar se o público alvo (russo-americanos) estava a ser atingido. Vejam o link: http://zipatlas.com/us/ny/brooklyn/zip-code-comparison/percentage-russian-population.htm.

No link é possível visualizar as zonas onde as comunidades russas têm maior expressão. E os Nets conseguiram confirmar que a maioria dos Facebooks likes têm sido clicados a partir das zonas onde habitam mais de 5% de russos.

Os Brooklyn estão cada vez mais russos numa altura em que a América está cada vez menos amiga dos russos. Vejamos até onde vai esta expansão. 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ele é assim tão bom?



Kevin Love para os Cleveland Cavaliers? A transferência só pode ser consumada após dia 23 de Agosto. Até lá paira a dúvida. Mas há espaço para outra dúvida: Esse tal de Kevin Love que já joga na NBA há 6 anos e nunca conseguiu chegar aos Playoffs é assim tão bom?

É, e a explicação convence qualquer um.

Desde Maio até Agosto, Love tornou-se no jogador mais falado na NBA (à parte de LeBron) sem ter jogado qualquer jogo. E quando os Golden State Warriors pensaram em trocar David Lee e Klay Thompson por Love chegou a altura de questionar: Ele é assim tão bom?

É!

Na temporada passada o tal Kevin Love acabou com médias de 26.1 pontos, 12.5 ressaltos e 4.4 assistências. Só Kareem Abdul Jabar, Wilt Chamberlain, Elgin Baylor e Billy Cunningham conseguiram o mesmo numa época. Há 38 anos que um jogador não conseguia ter estas médias combinadas. Nem Bird, nem Barkley, Malone, Jordan. Ninguém em 38 anos.

Love acabou o 2014 com 26.9 PER (Player Effiency Rating - Principal estatística tida em conta na eleição dos melhor jogador da NBA, no que respeita a pontos.) O mesmo que Tim Duncan em 2003 quando foi considerado o MVP da NBA; melhor que Barkley quando foi MVP em '93; melhor que os 3 MVP's de Larry Bird.

O problema são os Minnesota Timberwolves. Não a cidade, não a equipa, mas o conjunto de factores que engloba treinador, staff, jogadores, etc. O valor de Kevin Love é gritante.  

Ainda em 2014, Love teve média de 6.6 triplos por jogo. Relembro que ele é poste, posição 4 para nós europeus, Power Forward na NBA. Ou seja, é atípico na sua posição lançar de 3, quanto mais figurar na 4ª posição dos melhores de 3 pontos da liga actualmente, a par de James Harden e Klay Thompson. A média de 6.6 é uma coisa, a percentagem é outra diferente. Lançar muitas vezes qualquer um consegue, acertar muitas é outra conversa. A percentagem de Love foi de 37.6% - Melhor que Ray Allen, James Harden e Chandler Parsons. 

Este mesmo atirador foi ainda o 3º melhor ressaltador da NBA na época transacta. Love terminou a época 2014 com média de 12.5 ressaltos como já referi, e foi um dos 41 jogadores que marcou mais de 500 triplos numa só época. Desses 41 Love é o único com mais de 9 ressaltos por jogo.

Continuamos na temporada passada. Os Wolves têm um registo de mais de 6.1 pontos a mais do que o adversário quando Kevin Love está em campo, e um registo de menos 5.6 pontos quando não está em jogo. A influência dele em campo reflecte-se em quase 12 pontos de vantagem para a equipa!!

O problema é a equipa, a estrutura, os Minnesota Timberwolves, E se Love não tem tido o hype que lhe é devido é porque joga numa loosing-team.

Já falei nos 26.9 PER dele que deixa por terra nomes grandes da história da NBA. Mas o feito é ainda maior se pensarmos que ainda não atingiu o topo da sua capacidade atacante. O maior PER de Duncan foi na sua 7ª temporada (27.1), Bird foi na 9ª (27.8), o Dirk na 8ª (27.8), Barkley na 7ª (28.9), Garnett na 9ª (29.4), Karl Malone na 12ª (28.9). Até o pico ofensivo de carreira de Kevin Durant foi na 7ª temporada (29.8). Kevin Love acabou agora a sexta época. 

Bird, Duncan e Malone nunca falharam os Playoffs. Dirk falhou nas suas duas primeiras épocas, depois atingiu durante 12 anos consecutivos. Barkley falhou os Playoff 2 vezes nas primeiras 15 épocas (1988 e 1992). Kevin Durant vai em 5 épocas seguidas de Playoff. Bem, as não presenças de Kevin Love já foram mencionadas.

A primeira questão ficou respondida. Agora a questão que se põe é: Porquê que o sucesso individual de Kevin Love não se reflecte colectivamente? Vai ser diferente quando (SE) chegar aos Cleveland de Kyrie Irving e LeBron James? 
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