sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Quem fica de fora do Campeonato do Mundo



Os holofotes da NBA estão desligados e o foco do basket mundial está centrado no Campeonato do Mundo a realizar-se em Espanha na primeira quinzena de Setembro. No entanto, no que diz respeito aos melhores jogadores do mundo, a competição vai estar ligeiramente desfalcada.

Grande parte dos jogadores que jogam na NBA disse não à presença no campeonato do mundo. Por este motivo ou por outro, grandes selecções mundiais seguem marcha para apurar quem é a melhor do Mundo privadas das melhores armas.

Jogadores da NBA ausentes do Campeonato do Mundo:

Argentina - Manu Ginobili (Spurs) e Carlos Delfino (Bucks)
Australia - Andrew Bogut (Warriors) e Patty Mills (Spurs)
Brasil - Bruno Caboclo (Raptors), Victor Faverani (Boston), Lucas Nogueira (Raptors)
Republica Dominicana - Al Horford (Hawks), Charlie Villanueva (Pistons)
França - Alexis Ajinca (Pelicans), Joakim Noah (Bulls), Tony Parker (Spurs), Kevin Seraphin (Wizards), Ronny Turiaf (Wolves)
Grécia - Kostas Koufos (Grizzlies)
Nova Zelândia - Steve Adams (Thunder)
Porto Rico - Maurice Harkless (Magic), Ricky Ledo (Mavericks), Shabazz Napier (Heat)
Servia - Ognjen Kuzmic (Warriors), Nemanja Nedovic (Warrirors)
Eslovénia - Beno Udrih (Grizzlies)
Turquia - Ersan Ilyasova (Bucks), Enes Kanter (Jazz), Hedo Turkoglu (Clippers)
EUA - Carmelo Anthony (Knicks), LaMarcus Aldridge (Blazzers), Blake Griffin (Clippers), LeBron James (Cavaliers), Chris Paul (Clippers), Kevin Durant (Thunder), Kevin Love (Wolves), Russell Westbrook (Thunder), Deron Williams (Nets), etc

Não podem ir todos, é óbvio. E alguns estão mesmo lesionados. Mas se todos os jogadores que integram esta lista fossem o basket e o campeonato do mundo seria diferente para melhor.

Há no entanto excepções. Por exemplo o México vai levar ambos jogadores que jogam na NBA: Gustavo Ayon (Hawks) e Jorge Gutierrez (Nets).

A Lituânia também vai levar os dois jogadores que jogam na NBA: Donatas Motiejunas (Rockets) e Jonas Valanciunas (Raptors).

O Senegal leva Gorgui Dieng (Wolves). A Espanha vai com a força toda e leva os irmãos Gasol (Grizzlies, e Bulls), Serge Ibaka (Thunder), Ricky Rubio (Wolves), Jose Calderon (Knicks), Victor Claver (Blazzers).

A Croácia leva Bojan Bogdanovic (Nets) e Damjan Rudez (Pacers), e a Finlândia Erik Murphy (Cavaliers).

Jogadores à parte, os Estados Unidos partem no lugar de favorito e qualquer regresso que não contemple o primeiro lugar na competição será uma desilusão. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Estados Unidos cilindram Rep. Dominicana



A equipa norte-americana defrontou a selecção da Republica Dominicana esta madrugada e o resultado foi o esperado. Uma avalanche de pontos marcados, alley-oops para todos os gostos e Derrick Rose de fora por precaução.

Depois de terem batido o Brasil, os Estados Unidos venceram desta feita a Rep. Dominicana por uns expressivos 105-62, nesta fase de preparação para o Campeonato do Mundo que vai ter inicio do final do corrente mês. Desfalcada de Al Harford e tendo como nome maior Francisco Garcia, os dominicanos simplesmente são doutro campeonato.

Se o objectivo do treinador Coach K era dissipar dúvidas em relação a quais jogadores vai eliminar da equipa, então a coisa não correu muito bem. Os Estados Unidos têm actualmente 16 jogadores, sendo que 4 terão forçosamente que ficar em terra, visto só poderem seguir 12 para Espanha.

Não houve um nome que se destacasse na folha de jogo. James Harden afirmou esta semana em entrevista que se considera o melhor jogador da actualidade, e para prova deixou-nos 12 pontos, 4 assistências e 3 roubos em apenas 16 minutos em campo. Entendam que de Harden podemos esperar bola na mão, bola no cesto.

Anthony Davis não demorou muito a mostrar que os dias de mascote sentado no fundo do banco da selecção Olímpica de 2012 já vão longe. Ele é talvez o grande nome em expansão desta equipa. 7 pontos, 5 ressaltos, 2 desarmes, 1 roubo em 16 minutos.

Os Splash Brothers, Steph Curry e Klay Thompson, deixam bem claro que passando a linha do meio campo é legitimo atirar ao cesto, e com elevada taxa de sucesso. Estes não só lançam como marcam. 19 pontos combinados, 4 de 8 de lançamentos de triplo. Afastem a linha de triplo, começa a ser muito fácil, especialmente para Curry.

DeMar DeRozan passou de não-opção no jogo de sábado frente ao Brasil a melhor marcador da partida frente à Rep. Dominicana. 13 pontos, em 6 em 9 de lançamentos, 6 assistências, 5 ressaltos em 23 minutos. Como disse, a tarefa de eliminar alguém desta equipa não está fácil.

Demarcus "Boggie" Cousins aplicou a mesma receita de DeRozan e depois de ter ficado sentado no jogo de sábado, este por precaução fisica, Máximo de ressaltos para Cousins com 8 em 16 minutos de jogo.

O outro big man, Andre Drummon, não quis ficar na sombra de Cousins e anotou 12 pontos e conquistou 4 ressaltos em 16 minutos em campo também.

A equipa americana não baixou intensidade tendo roubado 10 bolas e forçado 19 turnovers à Rep. Dominicana dos quais ressultaram em 23 pontos para os EUA. Os 62 pontos marcados pela equipa das Caraíbas provieram duma baixa eficácia de 32%.

Derric Rose acabou por ser uma das histórias da noite. O base dos Bulls não participou nos últimos dois treinos antes do jogo por se ter ressentido da lesão, e por ter sentido algum desconforto no joelho. Motivo que o levou a ficar de fora do encontro. Kyrie Irving aproveitou a vaga a titular na posição de base marcando 12 pontos, eficácia perfeita não falhando nenhum dos 5 lançamentos tentados, assistiu ainda 5 vezes e ganhou 4 ressaltos.

"Eu só faço o que a equipa precisar que eu faça." disse o Uncle Drew no final da partida. "Se for preciso pressionar ao longo do campo todo, é isso que vou fazer. É o sacrifício que preciso fazer para me tornar especial nesta equipa."

O próximo jogo é amanha, sexta feira dia 22, frente à seleção do Porto Rico, e com Derrick Rose já de volta à acção de acordo com o treinador dos EUA.



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Europeu mais bem pago de sempre











Não tem havido escassez de europeus nos últimos 15 anos de Draft da NBA mas é, surpreendentemente, uma escolha 23 o que acabará por ser o mais bem pago. O montenegrino Nikola Mirotic vai ser o rookie europeu mais bem pago de sempre.

O futuro jogador dos Chicago Bulls é o rookie europeu com o melhor primeiro contracto da NBA. O facto de ter sido escolhido apenas na 23ª do Draft não fazia antever uma folha salarial tão elevada. Lembramos que o italiano Andrea Bargnani draftado pelos  Toronto na 1ª posição em 2006 ficou-se pelos 4.5 Milhões.

Mirotic vai receber 16 Milhões por 3 anos, o que equivale a 5.3 Milhões por época, tornando o jogador do Velho Continente mais bem pago de sempre na época de estreia. Mirotic terá ainda que pagar uma compensação de 3 Milhões ao Real Madrid.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Reverendo Dooling



O já retirado da NBA como jogador, Keyon Dooling decidiu publicar um livro intitulado "What's Driving You???". Através do excerto tonado público conseguimos ter acesso à perspectiva do jogador, principalmente enquanto jogador dos Celtics, contratado para ser tutor de Rajon Rondo.

Dooling entrou na NBA ao serviço dos Los Angeles Clippers em 2000, passou pelos Heat, Magic, Nets, Bucks e Celtics. Retirou-se, aceitou um cargo de treinador em Boston, mas os joelhos ainda podiam e por isso regressou para jogar mais uma época nos Memphis Grizzlies. E depois sim, retirou-se.

O ponto alto da carreira foi o tempo que passou em Boston. Tal como descreve no livro, Dooling aterrou nos Celtics de Kevin Garnett, Ray Allen, Paul Pierce e Rajon Rondo. Este último havia sido All-Star pela primeira vez na época anterior, e Dooling havia sido contratado para suplente do base. A missão de Dooling fora de campo era ser mentor de Rondo. Foram colocados lado a lado no balneário propositadamente inclusive. Os Celtics não deixavam nada em mãos alheias.

"Eu tinha ouvido tantas histórias sobre o quão difícil era trabalhar com ele [Rondo] e que era difícil falar com ele e assim.", diz Dooling. "Eu nem sabia o que esperar. Ele tinha reputação de ser distante, super esperto, e super emocional - mas, tenho que vos dizer, estas são as características dos grandes homens. Muitos grandes homens odiavam autoridade e odiavam o sistema porque eram apaixonados pelas suas próprias crenças, porque eles anteviam um melhor caminho."

Além de ter caído de para-quedas numa super equipa, Keyon Dooling caiu nas boas graças de Doc Rivers, o treinador. E Dooling precisava de Doc como de pão para a boca. A relação entre ambos foi uma das razões do sucesso dos Boston. Doc sabia que os jogadores não o queriam ouvir a toda a hora. Jogadores experientes como Garnett, Pierce ou Allen, levavam uma década de liga, é desgastante ter um treinador chico-esperto a dizer-lhes a cada minuto o que devem fazer. Rivers sabia isso e para não saturar a imagem usava Dooling. Dooling sabia disso e abraçou o papel.

"Tudo começou a meio da época." confessou Dooling. "Ele [Doc Rivers] começou: Keyon! O Rondo não está connosco esta noite, preciso que o acordes.", ou então, "A cabeça do Paul [Pierce] não está no lugar hoje. Muda-me isso.", ou "Diz ao Kevin para ir lá para baixo, nós precisamos que ele comece a marcar." Ele dizia-me estas coisas e afastava-se. E eu não tinha escolha. Tinha que ir falar com estes futuros Hall of Famers."

"Fui incumbido da responsabilidade de dizer a estes tipos o que tinham de fazer e não sei bem como, mas as coisas funcionavam. Ele [Doc Rivers] sabia que eles não queriam ouvir a voz dele o tempo todo, eu já tinha alguma experiência e alguma capacidade de liderança que me tornava alguém a quem eles fossem ouvir."

Flexin Them
Hoje em dia vemos as pessoas da bancada dos Celtics a fazerem o Flexin e ninguém sabe muito bem de onde veio aquilo. Os tempos dos Celtics são outros hoje em dia, mas tudo começou com Keyon Dooling. "Eu e o Marquis Daniels começamos a fazer uma palhaçada com mãos-acima-mãos-abaixo. Festejamos assim e era uma maneira do banco mostrar aos do campo que estávamos com eles. Mas não era nada de mais. Era só uma coisa que fazíamos. Uma vez no regresso dum jogo, estávamos a ver o video do jogo e o alguém reparou naquilo. "O que é aquilo que estavas a fazer?" e eu respondi: "Sei lá. Estou só a fazer Flexin para eles." e aquilo ficou. Quando demos conta as bancadas já o faziam."




O Reverendo

"Jogo 5 das Meias-Finais da Conferência de Este, estavamos a jogar contra os Pihladelphia 76ers." conta-nos Dooling. "Series empatadas 2-2. Perdíamos ao intervalo por 50-47. O balneário estava em baixo e eu via que olhavam para mim à espera que dissesse algo. E então eu disse."

"Eu preciso de vocês esta noite." começava o discurso do Reverendo Dooling. "Tudo o que tiverem, eu preciso. Ouçam, nós temos um trabalho para fazer. Se o vosso trabalho é estar no banco a apoiar então eu preciso que apoiem. Se o vosso trabalho é defender, então porra, defendam! Se o vosso trabalho é ganhar ressaltos, é bom que comecem a ganhá-los. Eu preciso de vocês! Eu estou convosco. Eu estou metido nisto até à última. Eu corro de cabeça contra uma parede por vossa causa se for preciso. Eu não quero saber de mais nada a não ser esta equipa."

O jogo acabou 101-85, e no final Brandon Bass, colega de quipa de Dooling nos Celtics, deu uma entrevista onde confessou que o segredo para uma vitória tão dilatada foi o sermão do Reverendo Dooling ao intervalo. E assim ficou.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Dieta dos Paleo Quilos



Um Verão inteiro a comer fastfood e a descurar uma alimentação regrada já foi o cenário idílico dos atletas de alta competição que integraram a NBA. Há nomes que nos assaltam a memória em segundos, e nomes com vários quilos: Oliver Miller? Shawn Kemp?

LeBron e Carmelo publicaram nos últimos tempos fotos onde é possível ver-mos que ambos perderam peso nesta pré-época. Não estou a falar dum quilo ou dois, mas de peso considerável. Arriscaria dizer aliás que Carmelo Anthony está na sua melhor forma física, pelo menos aparenta.

Dieta Paleo - É o nome deste segredo por detrás das fotos que depois de ter chamado à atenção de toda gente com LeBron e Melo, começa também a ganhar adeptos em Steven Adams, James McAdoo e Metta World Peace, entre outros.

A Dieta Paleo é baixa em carboidratos e sem açúcar. Basicamente, resume-se numa alimentação semelhante à dos nossos antepassados que viviam no paleolítico - carne, frutas, vegetais, nozes, e tudo o que pudessem encontrar vindo da terra.

Todos nós sabemos que tudo o que LeBron James faz ganha uma projecção acima da média. Ele é o melhor General Manager da NBA. Depois de anos de convívio com Ray Allen, LeBron James decidiu juntar-se à Dieta Paleo. E a questão para converter qualquer atleta é muito simples: se tivesses um carro de Formula 1 atestavas com a gasolina mais barata, com misturas e etc? ou atestavas com a Premium melhor do mercado? A comida para um atleta de alta competição funciona da mesma maneira, e a partir do momento em que LeBron assimilou esta ideia, passou de suspeito a convencido.

O treinador e campeão Olimpico de Triatlo, Joel Friel aconselha e incentiva os seus atletas olímpicos a seguirem a Dieta Paleo. "Tem uma vantagem enorme na resistência dos atletas devido à redução do excesso de peso que carregas, logo tornas-te mais rápido."

No entanto Blair O'donnovan represante da Nike Stornger Team and the Head Strengh & Conditioning destaca os malefícios desta dieta. "O LeBron não tem mais do que entre 5 a 7% de gordura no corpo portanto ele não tem massa gorda para perder. E para um jogador que deu um ênfase tão grande ao facto de querer ser dominante a poste baixo, eu acho que a perda de peso só o vai prejudicar a longo prazo."

Ainda O'donnovan, "Esta dieta pode tornar o nosso sistema imunitário mais débil, pode afectar a nossa digestão e os nossos níveis de energia, e isto tudo pode resultar num fraco desempenho em campo."

Posto isto, O'donnovan ressalva que a dieta faz o atleta, e se pensarmos em termos práticos quem tinha mais talento Steve Francis ou Derek Fisher? Acho que a resposta será unânime, mas quem teve uma carreira melhor e mais duradoura? Esta também será unânime. Os maus hábitos de Francis ditam a unanimidade desta última resposta.

O campeão da NBA pelos San Antonio Spurs, Aaron Baynes, é um dos adeptos da Dieta Paleo, "Alterar a minha dieta foi a melhor coisa que fiz para melhor o meu desempenho em campo nos últimos 4 anos."

O aspecto positivo desta onda em torno da dieta do Carmelo e do LeBron é o afastamento da ideia de desleixo e de descontracção que os atletas da NBA transmitiam durante a off-season. Tivesse esta moda chegado mais cedo e os tempos de Vin Baker, Robert Traylor, ou até mesmo Baron Davis tinham sido mais elegantes!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Brooklyn Nets são mais russos do que se esperava


Para além da Crimea os russos estão a conquistar os Brooklyn Nets. Há uma brigada russa que se alastra a todos os sectores dos Nets. Desde a direcção, passando por jogadores e como consequência, os adeptos.

O dono maioritário dos Brooklyn Nets é como todos sabemos Mikhail Prokhorov. O braço direito de Prokhorov, e também ele parte integrante da direcção é Dimitry Razumov. Depois temos Sergey Kushchenko, também ele director dos Nets nas últimas 3 épocas, e agora presidente da VTB basketball league da Russia. Uma das primeiras sugestões de Kushchenko após ter assumido a presidência da liga foi sobre a possível ida dos Brooklyn Nets até à Rússia. Não se sabe a resposta dos Nets, sabe-se que criaram uma versão russa do seu site nos meses seguintes: http://www.nba.com/nets/russian !!!

Em campo para fazer companhia ao conhecido Andrei Kirilenko os Nets contrataram Sergey Karasev. Karasev é o jogador mais novo da equipa russa que conquistou o bronze Olímpico há 2 anos. E assim, pela primeira vez, os Nets têm nas suas fileiras dois jogadores russos na mesma época.

É sobejamente conhecida a presença de uma grande comunidade russa em Brooklyn. Emigrantes de segundas e terceiras gerações aliás. Estará esta comunidade convencida e decidida a apoiar a equipa mais russa da NBA?
Vladimir Putin / Mikhail Prokhorov

Era notório para os adeptos que regularmente se deslocam ao Barclays Center para assistir aos jogos que cada vez mais se fala russo entre os adeptos. Era um dado adquirido que em meia hora de espera na fila de entrada para o pavilhão se iria ouvir falar russo. Os Nets decidiram ir mais longe e levaram a cabo um estudo para apurar se o público alvo (russo-americanos) estava a ser atingido. Vejam o link: http://zipatlas.com/us/ny/brooklyn/zip-code-comparison/percentage-russian-population.htm.

No link é possível visualizar as zonas onde as comunidades russas têm maior expressão. E os Nets conseguiram confirmar que a maioria dos Facebooks likes têm sido clicados a partir das zonas onde habitam mais de 5% de russos.

Os Brooklyn estão cada vez mais russos numa altura em que a América está cada vez menos amiga dos russos. Vejamos até onde vai esta expansão. 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ele é assim tão bom?



Kevin Love para os Cleveland Cavaliers? A transferência só pode ser consumada após dia 23 de Agosto. Até lá paira a dúvida. Mas há espaço para outra dúvida: Esse tal de Kevin Love que já joga na NBA há 6 anos e nunca conseguiu chegar aos Playoffs é assim tão bom?

É, e a explicação convence qualquer um.

Desde Maio até Agosto, Love tornou-se no jogador mais falado na NBA (à parte de LeBron) sem ter jogado qualquer jogo. E quando os Golden State Warriors pensaram em trocar David Lee e Klay Thompson por Love chegou a altura de questionar: Ele é assim tão bom?

É!

Na temporada passada o tal Kevin Love acabou com médias de 26.1 pontos, 12.5 ressaltos e 4.4 assistências. Só Kareem Abdul Jabar, Wilt Chamberlain, Elgin Baylor e Billy Cunningham conseguiram o mesmo numa época. Há 38 anos que um jogador não conseguia ter estas médias combinadas. Nem Bird, nem Barkley, Malone, Jordan. Ninguém em 38 anos.

Love acabou o 2014 com 26.9 PER (Player Effiency Rating - Principal estatística tida em conta na eleição dos melhor jogador da NBA, no que respeita a pontos.) O mesmo que Tim Duncan em 2003 quando foi considerado o MVP da NBA; melhor que Barkley quando foi MVP em '93; melhor que os 3 MVP's de Larry Bird.

O problema são os Minnesota Timberwolves. Não a cidade, não a equipa, mas o conjunto de factores que engloba treinador, staff, jogadores, etc. O valor de Kevin Love é gritante.  

Ainda em 2014, Love teve média de 6.6 triplos por jogo. Relembro que ele é poste, posição 4 para nós europeus, Power Forward na NBA. Ou seja, é atípico na sua posição lançar de 3, quanto mais figurar na 4ª posição dos melhores de 3 pontos da liga actualmente, a par de James Harden e Klay Thompson. A média de 6.6 é uma coisa, a percentagem é outra diferente. Lançar muitas vezes qualquer um consegue, acertar muitas é outra conversa. A percentagem de Love foi de 37.6% - Melhor que Ray Allen, James Harden e Chandler Parsons. 

Este mesmo atirador foi ainda o 3º melhor ressaltador da NBA na época transacta. Love terminou a época 2014 com média de 12.5 ressaltos como já referi, e foi um dos 41 jogadores que marcou mais de 500 triplos numa só época. Desses 41 Love é o único com mais de 9 ressaltos por jogo.

Continuamos na temporada passada. Os Wolves têm um registo de mais de 6.1 pontos a mais do que o adversário quando Kevin Love está em campo, e um registo de menos 5.6 pontos quando não está em jogo. A influência dele em campo reflecte-se em quase 12 pontos de vantagem para a equipa!!

O problema é a equipa, a estrutura, os Minnesota Timberwolves, E se Love não tem tido o hype que lhe é devido é porque joga numa loosing-team.

Já falei nos 26.9 PER dele que deixa por terra nomes grandes da história da NBA. Mas o feito é ainda maior se pensarmos que ainda não atingiu o topo da sua capacidade atacante. O maior PER de Duncan foi na sua 7ª temporada (27.1), Bird foi na 9ª (27.8), o Dirk na 8ª (27.8), Barkley na 7ª (28.9), Garnett na 9ª (29.4), Karl Malone na 12ª (28.9). Até o pico ofensivo de carreira de Kevin Durant foi na 7ª temporada (29.8). Kevin Love acabou agora a sexta época. 

Bird, Duncan e Malone nunca falharam os Playoffs. Dirk falhou nas suas duas primeiras épocas, depois atingiu durante 12 anos consecutivos. Barkley falhou os Playoff 2 vezes nas primeiras 15 épocas (1988 e 1992). Kevin Durant vai em 5 épocas seguidas de Playoff. Bem, as não presenças de Kevin Love já foram mencionadas.

A primeira questão ficou respondida. Agora a questão que se põe é: Porquê que o sucesso individual de Kevin Love não se reflecte colectivamente? Vai ser diferente quando (SE) chegar aos Cleveland de Kyrie Irving e LeBron James? 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Steve Nash e Kobe a 100%... quase!



O preparador físico dos Los Angeles Lakers, Gary Vitti, deu uma entrevista esta semana ao site da equipa. Tudo bem que o objectivo da entrevista é de que as suas palavras actuem como propaganda interna, dizendo aos fãs que tudo está óptimo com Kobe, mas filtrando aqui e ali, é possível encontrar um fundo de verdade nas suas palavras.

Os Los Angeles Lakers estão descaracterizados, ou com uma caracterização nova, como queiram, mas concordem comigo, o único Laker ali, a alma da equipa, é Kobe Bryant. Se Kobe estiver bem, meia equipa está bem. Depois há Carlos Boozer, o rookie Julius Randle, há o Nick Young, há o Jeremy Lin, há Steve Nash e um treinador novo que é Byron Scott (e Pau Gasol que bateu com a porta - mas falemos dos que lá estão).

A equipa da California tem nos seus dois maiores nomes - Steve Nash e Kobe Bryant - referências que quando entraram para a NBA o presidente dos Estados Unidos da América ainda era o Bill Clinton!! Ou seja, estão velhos, ambos regressam de lesões. É o último fôlego para ambos, mas qual é a opinião de quem lidou com eles dia após dia durante o recobro?

"Há quem diga que não se deve apostar contra Kobe. Eu até gostava que isso acontecesse publicamente." confessou Gary Vitti. "Não é que ele precise de mais motivação. O Kobe é um jogador de basket brilhante. É a mente dele, o coração e a alma que o fazem ser quem é. Não interessa o que possam pensar dele. Ele é extremamente atlético, extremamente talentoso, trabalha mais do que qualquer pessoa, é duro de roer e tem uma inteligência brilhante. Estas 5 coisas não lhe conseguem tirar. Estas 5 coisas em conjunto tornam qualquer um numa pessoa de sucesso. Mas ele será o primeiro a admitir que existem "coisas" (lesão, idade, etc). Mas tu preferes uma pessoa que reúna aquelas 5 características e saiba lidar com as "coisas" ou preferes uma pessoa que não tenha coisas mas tens que passar o tempo todo a incutir-lhe uma das 5 características? Eu escolho o Kobe!"

Gary Vitti / Kobe Bryant
Numa perspectiva mais física e contemplando a época que se avizinha Viti diz o que pensa. "Eu tenho 100% confiança de que ele se vai aguentar esta época devido à maneira como ele controla o corpo e até pelo estilo de jogo. Não vamos poder jogar num estilo de correria. Podemos acelerar o ritmo quando ele lá está, mas não o jogo todo. E podemos certamente pô-lo a criar ocasiões de cesto, e a jogar de costas para o cesto."

É claro que Vitti tem total confiança no regresso e permanência saudável de Kobe. O contrário seria duvidar de si próprio. Vitti tem confiança no seu trabalho, trabalho esse que possibilitou a reabilitação do jogador.

No entanto quanto a Steve Nash, Vitti não demonstra o mesmo grau de confiança. O jogador jogou apenas 15 jogos na temporada passada e já na época 2012-13 tinha estado afastado devido a uma perna partida.

"Não temos certezas." disse o preparador. "Quando envolve nervos, ou melhoram rapidamente ou então a recuperação é lentíssima. Não há meio termo. No Steve estamos nesta situação do "lentíssima". Ele regressa esta semana a Los Angeles, e nas conversas que tenho tido com ele não se tem queixado sobre nervos. Ele tem jogado futebol. Tem cumprido as fases todas da recuperação. É expectável que atinja os 100% entretanto."

A liga ganhará com a boa forma de Nash e Kobe e consequente subida de forma dos Lakers, equipa que ganhou 27 jogos na época passada em 82 possíveis. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

E agora Indiana Pacers?



E agora Paul George? A lesão do PG deixou o mundo do basket a questionar imensas coisas. E nenhuma dessas questões tem que ver com a gravidade da lesão. Essa é grave. É tão grave que podemos não voltar a ver Paul George em campo nos próximos 12 a 18 meses. E como ficam os Indiana Pacers? Essa é uma das questões que se pode fazer.

Sim, as tabelas do malfadado campo de treinos do Texas estão mais próximas da linha final do que as tabelas oficiais da NBA. Foi por causa disso que se lesionou? É compreensível que se foquem atenções e que se procurem culpados numa primeira fase - a da revolta - mas foi azar. "Faz parte do jogo.", tal como disse Damian Lillard, base dos Trail Blazers, companheiro de Paul George na Seleção Americana.

Uma questão importante é, Em que estado ficam os Indiana Pacers? Vão ser reassercidos por terem perdido a sua estrela maior? E as aspirações ao titulo? 

Um ponto está assente: Preparem-se para ver Paul George só lá para Fevereiro de 2016!! Outro ponto assente: a lesão do PG não tem nada que ver com as lesões do Jay Williams ou do Shaun Livingston. Não rompeu ligamentos, nem nada parecido, por isso, ele pode voltar em grande. Volta é 2 anos mais velho, sem ritmo, esperemos que forte psicologicamente.

Os Pacers terminaram a época passada em total descarrilamento depois de uma fase inicial promissora. A equipa que por três anos consecutivos caiu aos pés dos Miami Heat nos Playoff, encarava a próxima época com maior esperança, depois de LeBron James ter abandonado os Heat. A lesão de Paul George altera esta perspectiva drasticamente. O facto de LeBron ter abandonado os Heat, deixou de ser bom para os Pacers, passou a ser mau. 

Os Indiana perderam o seu franchise player, e por muito que nos custe, ficaram uma equipa banal. Os dois jogadores capazes de criar perigo a partir do drible de frente para o cesto desapareceram. Lance Stephenson rumou a Charlotte, e o Paul George.... Agora até o Danny Granger dava jeito.

David West / Roy Hibbert / George Hill / Frank Vogel
O Este está mais forte com LeBron em Cleveland, Derrick Rose de volta aos Chicago Bulls mais Pau Gasol, Wade e Bosh mantêm os Heat competitivos, os Raptors são finalmente uma equipa, os Knicks têm Phil Jackson, e os Pacers parecem ter dado um passo involuntário para trás. 

Os Pacers vão poder usar a cláusula do "Disable Player Exception" e os cap space do Paul George desaparece. A equipa vai poder preencher este espaço, e inclusive o nome de Shawn Marion já anda nas bocas do mundo. Há espaço para ocorrer trocas. 

Tentando prever o que vai na cabeça de Frank Vogel, treinador dos Pacers, é impossível determinar em quem a equipa vai recair para aguentar os 82 jogos. Em George Hill? David West? Roy Hibbert? Vão usar a formula dos Bulls há duas épocas quando se viram sem o MVP Derrick Rose? Mas esses Bulls tinham banco, os Pacers não. Nem um defesa do ano como Noah!

O George Hill desapareceu na época passada quando a equipa mais precisou sendo incapaz de produzir jogo após jogo com mais de 10 pontos. Roy Hibbert teve um ano atípico quando toda a gente antevia o ano de afirmação. O David West tem de facto o respeito e o reconhecimento da equipa e da liga, mas também tem 34 anos e vai ganhar 24.6 Milhões no decurso dos próximos 2 anos. Teríamos coragem para apontar o dedo ao Larry Bird, como presidente, se quisesse implodir a equipa e começar tudo de novo, com caras novas?

Não é expectável que isso aconteça. Não é o estilo dele. A história mostra-nos que nunca no seu ciclo como presidente dos Pacers isso aconteceu. Será agora?

Ou então os colegas de Paul George nos Pacers dão uma excelente reposta este ano e este texto deixou de fazer sentido.
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